quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Estrutura da célula muscular estriada

No músculo estriado esquelético e no músculo estriado cardíaco, os filamentos contráteis de actina e miosina são abundantes e envoltos por invaginações da membrana plasmática, pelas cisternas do retículo sarcoplasmático e pelas mitocôndrias, resultando nas miofibrilas, dispostas longitudinalmente nas células e com 1 a 2mm de diâmetro, portanto, visíveis ao microscópio de luz.

Os filamentos finos e espessos dispõem-se de tal maneira que bandas claras e escuras alternam-se ao longo da fibra muscular. As bandas claras contêm somente filamentos finos e, como são isotrópicas ao microscópio de polarização (não há interferência com a luz polarizada), foram denominadas bandas I. As bandas escuras possuem filamentos finos e espessos e, por serem anisotrópicas ao microscópio de polarização (são birrefringentes), foram chamadas bandas A.

No centro da banda I, há uma linha escura, a linha Z (de Zwischenscheibe, linha intercalada em alemão) com as proteínas a-actinina e CapZ, as quais ancoram e evitam a despolimerização dos filamentos de actina (a despolimerização na outra extremidade é impedida pela tropomodulina). O comprimento do filamento fino é regulado pela nebulina, sendo que duas moléculas enoveladas se estendem paralelas ao filamento de actina a partir da linha Z.

Ainda na linha Z, há os filamentos intermediários de desmina e de vimentina, ligando as miofibrilas adjacentes. As linhas Z delimitam a unidade repetitiva das miofibrilas, o sarcômero, que apresenta duas semibandas I, com uma banda A central e mede 2,5mm de comprimento no músculo em repouso.

Ao microscópio eletrônico, reconhece-se, no centro da banda A, uma região mais clara, a banda H (do alemão helle, clara), onde somente filamentos de miosina são encontrados. No centro dessa banda, há uma faixa escura, a linha M (do alemão Mitte, meio), com miomesina, proteína C e outras proteínas que interligam os filamentos de miosina, mantendo seu arranjo em forma de grade. Há ainda a creatina quinase, uma enzima que catalisa a transferência de um grupo fosfato da creatina para o ADP, resultando no ATP utilizado nas contrações musculares.

A ancoragem dos filamentos de miosina à linha Z é realizada pela titina (de titânico, que significa imenso), uma proteína extremamente longa, mas com característica elástica, o que lhe permite mudar o seu comprimento quando a célula contrai ou relaxa.

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